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Imagem de Maria intacta após furacão Ida chama atenção nas redes

Imagem de Maria intacta

St. Hubert Catholic Church, Garyville, Louisiana | Facebook

Francisco Vêneto - publicado em 03/09/21

Como a Igreja interpreta esse tipo de acontecimento? Por que não pode ser considerado um milagre?

Uma imagem de Maria intacta após a passagem do furacão Ida pelos Estados Unidos está chamando atenção nas redes sociais: a foto foi divulgada pela paróquia católica de St. Hubert, em Garyville, após as devastações causadas pelo furacão de categoria 4, que deixou mais de um milhão de pessoas sem energia elétrica só na região metropolitana de Nova Orleans, além de provocar a morte de ao menos duas pessoas naquela área. Segundo o governador John Bel Edwards, porém, ainda há buscas em andamento.

Junto com a foto, a paróquia publicou em 30 de agosto o seguinte comentário:

“No meio das árvores danificadas, Nossa Senhora se manteve em pé como proteção da nossa Garyville. Nem sequer um galho a tocou enquanto caíam ao redor dela. Obrigado, Mãe Maria, por interceder por nós”.

Vários fiéis que acrescentaram comentários à postagem disseram que outras imagens de Maria em suas casas e jardins também resistiram intactas ao furacão. Eles declararam ver nesses fatos um sinal da proteção de Nossa Senhora em situações críticas.

É um milagre?

Não. Não se pode falar tecnicamente em milagre quando existem explicações científicas plausíveis para um acontecimento. Neste caso, uma considerável gama de variáveis é capaz de explicar por que um fenômeno natural, apesar de ter potencial catastrófico, pode ter deixado uma imagem de Maria intacta em meio a grandes estragos.

O uso do termo “milagre” é comum diante de fenômenos que parecem sobrenaturais: na grande maioria dos casos, porém, o uso dessa palavra é bem intencionado, mas, como termo técnico, é precipitado e equivocado.

Milagres são fenômenos cientificamente inexplicáveis que contradizem as regras da natureza conforme as conhecemos. Para que algum fenômeno possa ser oficialmente declarado como de caráter sobrenatural por parte da Igreja, são necessários prudentes e detalhados estudos. A Igreja segue critérios científicos bastante rígidos para afirmar algum milagre. Os milagres de cura, por exemplo, chegam a demorar décadas até serem reconhecidos. Os fatos precisam ser cuidadosamente estudados por médicos, revisados por cientistas (na maioria dos casos, laicos e até mesmo ateus), expostos às críticas públicas e, só depois de feitos todos os estudos científicos, a própria Igreja faz a análise teológica mediante o trabalho das suas comissões de especialistas em teologia.

Aliás, você pode conhecer um pouco mais sobre a delicada avaliação de supostos milagres por parte da Igreja no seguinte artigo sobre os 7 critérios para se declararem milagrosas as curas que acontecem no santuário de Lourdes:

Então é um “sinal”?

Entendendo-se por “sinal” aquilo que carrega um “significado”, certamente não há erro em dizer que sim, é um sinal natural – ou seja, um fato raro e chamativo, mais ainda assim “previsto” na ordem natural das coisas. Esse tipo de fato, por mais que seja inusitado ao nosso olhar, significa primariamente a própria existência de uma ordem natural – e isto já é grandiosamente instigante: existe uma ordem natural em vez de mero acaso.

De fato, não é apenas o sobrenatural que pode nos impactar: a natureza mesma, incluindo a nossa capacidade natural de admirar o belo, também tem muito a nos dizer, dado que o fascínio da natureza, em si mesmo, já nos remete a uma das perguntas-chave da filosofia e da ciência: qual é a origem de tudo isso?

Um acontecimento chamativo, mas explicável pela ordem natural das coisas, pode servir como “gatilho” para reflexões importantes.

O cristão acredita que Deus nos fala através de sinais, sejam naturais, sejam sobrenaturais, e que Ele sempre deixa à liberdade de consciência de cada um a decisão final de como interpretá-los. Os próprios ateus, aliás, costumam enfatizar que as tragédias são uma “prova” de que Deus não existe, apelando para a sua “fé” na inexistência de Deus com base em sinais passíveis de interpretações pessoais (que, aliás, cientificamente falando, não são válidos como provas).

Para quem crê na inexistência de Deus, tudo é e será sempre mero acaso e falta de sentido. Para quem acredita em Deus e no sentido sobrenatural da existência, tudo é e será sempre um grande milagre, testemunhado por uma abundância de sinais repletos de sentido.

“Narram os céus a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra de Suas mãos” (Salmo 18, 2).

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