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Pe. Zezinho fala de católicos e pentecostais que alegam curar em nome de Jesus

Padre Zezinho

Pe. Zezinho

Reportagem local - Pe. Zezinho - publicado em 12/01/22

"Nunca soube que alguém foi curado pela minha veste ou pela minha sombra como aconteceu com Pedro ou Paulo"

O pe. Zezinho se pronunciou, em sua rede social, a respeito de pregadores católicos e pentecostais que alegam curar em nome de Jesus. Eis o comentário publicado pelo sacerdote:

“São Marcos resume um dia típico de Jesus (Mc 1, 29-39). Pregava, curava, convertia, varava os dias curando e expulsando os males das pessoas, debatia com os adversários que atrapalhavam suas pregações. E, já de madrugada, prosseguia a jornada pregando nas ruas e sinagogas e curando as dores e angústias do povo. Quase não descansava. E, quando podia, ia por lugares desertos para orar.

Nada disso eu recebi. Deus só me concedeu a graça de pregar e explicar os evangelhos de maneira acessível ao povo, como Jesus fazia. Não tenho o dom de curar pessoas, não tenho visões, Jesus e os Santos e os Anjos não falam comigo, a mãe Maria não me aparece, não tenho o dom da glossolalia, não falo em línguas estranhas, não tenho visões nem revelações. Sou um padre comum, que, como os papas, bispos e monges e padres, creem na Santíssima Trindade e às vezes falam ao Pai, às vezes ao Cristo, às vezes ao Espírito Santo e às vezes invocam as três pessoas divinas. E não pretendo saber todo o conteúdo da fé cristã. Há outros sábios que sabem mais do que eu, estudaram mais do que eu, escreveram mais do que eu e que me ensinam a cada novo livro deles.

Se alguém foi curado por minha pregação, foi graça de Deus para eles. Eu mesmo não percebi! Eu nunca digo que minha palavra, minha bênção e minha prece salvou alguém. Não me considero nem santo, nem iluminado, nem tocado de maneira especial pelo Pai, pelo Cristo, ou pelo Espírito Santo. Nunca soube que alguém foi curado pela minha veste ou pela minha sombra como aconteceu com Pedro ou Paulo.

Mas, desde 1966, sou um dos atuais pregadores do Evangelho e sigo as atualizações da nossa Igreja, a cada novo escrito dos papas e dos teólogos e dos sociólogos e dos psicólogos da nossa Igreja. Assino embaixo de tudo o que os papas disseram nos últimos 70 anos e levo a sério os escritos do Vaticano II e as encíclicas dos papas que conheci e conheço. Aceito a liderança do Papa Francisco! Sei o que ele pensa de mim e ele sabe que eu lhe obedeço”.

Falando então sobre os que alegam curar em nome de Jesus, o pe. Zezinho prosseguiu:

“Por que escrevo isto? Porque sei que há católicos e católicas e pregadores pentecostais que, em nome de Jesus, curam, declaram milagres, ouvem vozes, sentem-se iluminados, ouvem o Espírito Santo, ouvem anjos e santos e falam em línguas.

Eu respeito. Não tenho estes dons. Sou apenas um padre estudioso, explicador da fé católica e catequista. Acho que a Igreja me aceita assim. Fui ordenado para pregar! É isto o que tenho feito. Cada qual com sua missão e com os seus dons.

Mas quem diz que Jesus lhes fala e que curam pessoas nas suas missas e cultos, e que têm visões e revelações, têm mais explicações a dar. Curar enfermos e expulsar demônios é coisa séria! Se alguém diz que tem este dom, tem missão maior do que a minha. Oro por eles.

Pregar já é um ministério difícil. Imagino que ser profeta que cura pessoas é ainda mais difícil! O mundo está gravemente doente no corpo e na alma. Que seja verdade o que eles proclamam! São Paulo reconhecia estes dons. Mas sabia que seu dom era anunciar Jesus e fazer os ouvintes pensarem como Jesus pensou e amarem como Jesus amou. Ele tinha o dom da Catequese!”

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