Uma das grandes queixas por parte das esposas é a falta de expressão de afeto e carinho dos cônjuges. Como mudar esse comportamento?
Em consulta, ouvi de um homem casado:
– No nosso aniversário de casamento, eu disse à minha esposa, com muita sinceridade, que sou casado e feliz, ao que ela respondeu com uma cara fiea que ela é simplesmente… casada!
O paciente continuou:
– Certamente me mantenho muito ocupado e ela só reclama, sem entender que é porque me sinto responsável por não lhe faltar nada.
Eu, então, respondi:
– Bem, ela não está reclamando de sua responsabilidade, mas da falta de expressões de carinho, ou, dito de outra forma, você não a ama como ela quer ser amada.
O paciente ainda relatou que, aparentemente, tinha certa incapacidade afetiva. Eu o alertei:
—Você não é incapaz de dar carinho, tem, sim, um déficit nessa qualidade, mas pode corrigi-lo aprendendo diferentes formas de expressar seu amor, todas elas muito importantes porque estão enraizadas nas profundezas da personalidade de cada indivíduo.

Estes são os elos da cadeia de compreensão e demonstração de afeto próprios do amor conjugal:
– Amor conjugal. Consiste em ser fiel e responsável com todas as obrigações do papel de cônjuge. No caso dele, é o de provedor para que nada falte no lar. A ele também cabe ajudar em certas tarefas domésticas. Através desta forma de amar, os esposos se doam…
– Amor físico. Expresse com palavras e manifeste atração física. É preciso fazer um esforço para cuidar da atratividade, em termos de higiene pessoal, manutenção do peso, exercícios, entre outros aspectos.

– Amor romântico. Tem a ver com manter vivas todas as lembranças que pertencem apenas aos cônjuges. É a co-biografia que eles formaram com esforço. Isso inclui celebrar datas de aniversário, dia dos namorados, dar presentes e detalhes especiais, fazer passeios juntos e promover jantares íntimos, por exemplo.
– Valorização amor. Trata-se de projetar sentimentos no dia a dia. No caso dele, por exemplo, dizer à mulher como ela é bonita, como a casa está arrumada e limpa, como ela é boa administradora, como cozinha bem ou como conseguiu resolveu esta ou aquela situação maestria.
–Amor dialógico. Em princípio, fale e abra a intimidade do próprio ser. Em seguida, expanda a comunicação para outros temas de interesse mútuo, como negócios, política, opinião pública, esportes, amizades e hobby.

– Amor de namoro. Resgate aqueles pequenos e grandes detalhes que estavam presentes na fase do namoro e que eram o carinho que nascia. Um tempero que muitas vezes está ausente nas relações conjugais. O beijo suave na bochecha, dar as mãos ao andar na rua, abrir a porta do carro para ela ao embarcar, puxar a cadeira no restaurante, ser legal e interessante sem se levar muito a sério, e muito mais.. .
Com base nestas lições, eu disse ao meu paciente:
— Muito bem, agora é só começar com algumas resoluções. Com isso, você ganhará terreno no amor por sua esposa, que voltará a sorrir e se sentirá bem casada e amada.
O amor pertence ao mundo do dinamismo, por isso é necessário encontrar novas formas de viver o “nós” do casal, evitando a rotina no amor ou os mal-entendidos que adoecem a relação.
