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“Margarida de Oingt, monja cartuxa do século XIII”

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St. Dominic Monastery, Linden, VA

Vanderlei de Lima - publicado em 17/04/22

O Papa Bento XVI a chamou de “santa”, oferecendo-nos, assim, um precioso testemunho dessa fama de santidade da venerada monja e mística cartuxa do século XIII

Este é o título da obra recém-lançada pela Cultor de Livros com o subtítulo “Sua vida mística, sua obra Speculum e o seu culto imemorial”. 

Trata-se de um livro que nós organizamos a partir de várias fontes e os monges cartuxos, da Cartuxa de Maria Medianeira, Ivorá (RS), revisaram. Daí a necessidade de tratarmos um pouco da história e do conteúdo dessa obra.

Antes do mais, lembremo-nos de que Margarida era monja de claustro e, depois, tornou-se prioresa, no mosteiro de Nossa Senhora de Poleteins, perto de Lyon (França). Faleceu no cargo, em 11/02/1310. Foi venerada como Beata até a Revolução Francesa (1789), tempo em que o seu “culto imemorial” praticamente desapareceu. No entanto, o Papa Bento XVI, na Catequese de 03/11/2010, a chamou de “santa”, oferecendo-nos, assim, um precioso testemunho dessa fama de santidade da venerada monja e mística cartuxa do século XIII. Sim, após discorrer sobre sua vida e suas obras, o então pontífice concluiu: “Sigamos Santa Margarida neste olhar dirigido a Jesus. Leiamos o livro da sua vida, deixemo-nos iluminar e purificar, para aprender a vida verdadeira”.

Pois bem, chegaram até nós, em 2021, dois textos em português. Um com o conteúdo da obra Speculum (O Espelho), escrito pela própria Margarida e que se conserva tanto em provençal quanto em francês, e outro intitulado Algumas manifestações do culto imemorial a Margarida de Oingt, esmerado trabalho, ilustrado por gravuras, de autoria de um anônimo monge cartuxo. Aliás, eles muito raramente assinam seus nomes. Suas obras saem como tendo por autor “um cartuxo”, “um contemplativo”, “um anônimo” ou, então, sem nenhuma identificação. Como quer que seja, os dois textos são preciosos. Decidimos organizá-los, acrescentar-lhes novos dados e publicá-los num pequeno livro. 

Nós já tínhamos, desde 2020, uma pequena biografia de Margarida, na Antologia de autores cartuxos, que traduzimos e a Cultor publicou. Resolvemos, então, colocar a biografia no livro agora publicado, pois julgamos que, por meio dela, é possível conhecer um pouco melhor a autora da breve, mas densa obra Speculum. Ocorre que Margarida só redigiu esse seu breve tratado depois de um êxtase, fenômeno místico que muito difere de um simples transe. Daí adicionarmos um estudo profundo, mas didático, de nossa autoria, sobre o autêntico êxtase à luz da Parapsicologia e da Teologia. 

A obra parecia, assim, pronta para ser publicada. A Editora, no entanto – por Divina Providência e também pela ampla experiência editorial – recomendou acrescentar algo mais. Com a ajuda dos monges cartuxos, veio à mente um bom artigo, em perguntas e respostas, sobre o dia a dia numa cartuxa feminina, desde o período vocacional da jovem candidata até a vivência cotidiana dos votos perpétuos e a belíssima consagração virginal feita ao bispo diocesano. Pelo livro é possível acompanhar, portanto, a vida dessas monjas que, totalmente escondidas do mundo, se colocam na contínua presença de Deus.

Neste contexto, Margarida, narra, em sua obra Speculum, a própria experiência mística, mas em terceira pessoa, por pura humildade. Eis um trecho: “Quando ela olhou para esse livro, começou a ler aquele [outro] sobre sua consciência, que achou cheio de falsidades e mentiras. Quando ela considera a humildade de Jesus Cristo, encontra-se cheia de orgulho. Quando pensa que Ele queria ser perseguido e desprezado, encontra nela exatamente o oposto. Quando olha para sua pobreza, custa-lhe aspirar ser tão pobre e desprezada. Quando olha para a paciência de Nosso Senhor, não a encontra nela. Quando pensa em como Ele foi obediente até à morte, não se acha tão obediente quanto deveria ser” (p. 52). Em outras palavras, nossa monja compara a vida de Cristo (um livro) à sua (outro livro) e, dessa comparação, começa a melhor enxergar a sua pequenez ante a grandeza de Nosso Senhor. Daí nasce um maior desejo de conversão contínua rumo à santidade (cf. Mt 5,48).

Eis porque muito recomendamos a leitura atenta e meditada da obra publicada pela benemérita Cultor de Livros. Mais informações aqui.

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LivrosReligiososSantos
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