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Redes sociais católicas se perguntam se Elon Musk está virando cristão

Elon Musk

Steve Jurvetson, CC BY 2.0, via Wikimedia Commons

Francisco Vêneto - publicado em 02/06/22

"Há grande sabedoria nos ensinamentos de Jesus e concordo com esses ensinamentos", disse o homem mais rico do mundo

Diversos grupos de participantes em redes sociais católicas têm se questionado se Elon Musk estaria se convertendo, dadas algumas recentes declarações do bilionário: algumas, diretamente a respeito de Jesus; outras, alinhando-se a posições coerentes com o cristianismo, como a defesa da natalidade e da liberdade de expressão, pontualmente nas redes sociais (como o Twitter, que Musk está em processo de adquirir).

Confira, por exemplo, suas declarações criticando a ideia de que “ter filhos prejudicaria o meio ambiente”:

Por outro lado, Musk é também apontado, frequentemente, como alinhado às assim chamadas pautas globalistas, que promovem interesses de instituições de grande poder mundial nas esferas política e econômica, limitando a soberania dos países e favorecendo ideologias ditas “progressistas” – entre elas, a defesa do aborto como alegado “direito humano”. Musk também investe no desenvolvimento de um controverso chip de implantação cerebral que gera consideráveis preocupações éticas.

O aborto, aliás, é um dos pontos em que Musk é pouco claro. Recentemente, uma de suas mais importantes empresas, a Tesla, anunciou mudanças nos planos de saúde oferecidos aos funcionários, nos EUA, abrindo brecha para cobrir gastos de viagens de colaboradoras gestantes para realizarem abortos em outros Estados caso não tivessem acesso a este “serviço” em sua própria região de residência. A possibilidade não foi confirmada no caso da Tesla, mas já foi explicitamente garantida por gigantes como a Amazon, a Starbucks e o Citibank, entre outras.

Elon Musk fala de Jesus

Quanto ao que pensa sobre Jesus Cristo, Elon Musk foi entrevistado recentemente pelo portal satírico cristão The Babylon Bee e, durante a conversa, após contar que foi batizado quando criança na Igreja Anglicana, respondeu a um provocativo convite dos condutores do programa a declarar se “aceitava Jesus como seu Senhor e Salvador”.

Parecendo inicialmente medir as palavras, Elon Musk respondeu:

“Eu concordo com os princípios que Jesus defendeu. Há grande sabedoria nos ensinamentos de Jesus e eu concordo com esses ensinamentos. Coisas como ‘dar a outra face’ são muito importantes, como opostas ao ‘olho por olho’. Olho por olho deixa todos cegos. Perdoar é importante; e tratar as pessoas como você gostaria de ser tratado; amar o próximo como a você mesmo. Muito importante”.

Um dos condutores do programa é incisivo:

“Então isso é 60% a 70% sim?”

Elon Musk responde:

“Como Einstein diria, ‘eu acredito no Deus de Spinoza’, mas, se Jesus está salvando as pessoas, eu não vou ser contra Ele. Espero que Ele seja verdadeiro. Eu serei salvo. Por que não?”

Os condutores concluem:

“Acho que isto é um sim”.

Musk finaliza:

“Eu sempre quis ser salvo. Acho uma coisa boa”.

Deus de Spinoza?

A respeito do “Deus de Spinoza”, trata-se da concepção do filósofo holandês Baruch de Espinosa, de origem judaica sefardita e portuguesa. Sua posição teológica pode resumir-se, grosso modo, na expressão latina “Deus sive Natura“, que significa “Deus, ou seja, a Natureza”.

A expressão foi registrada originalmente na obra “Meditações”, do filósofo francês René Descartes, e se refere à ideia de uma divindade que se confunde com a natureza. Não é, portanto, a concepção cristã de Deus: aproxima-se mais de uma concepção panteísta do que do reconhecimento de um Deus pessoal e uno.

A referência de Musk a Albert Einstein, por sua vez, evoca a resposta do físico alemão a quem lhe havia certa vez perguntado se acreditava em Deus. Einstein respondeu:

“Acredito no Deus de Spinoza, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, não no Deus que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens”.

Apesar de evidentemente não se tratar da visão cristã de Deus, é muito positivo que Deus seja assunto de conversas públicas com o homem mais rico do mundo – abordando-se explicitamente, inclusive, a natureza de Jesus Cristo como Salvador.

O próprio fato de não se fugir do assunto, como costuma ser comum nesse meio, mas sim de tratá-lo abertamente, é um passo relevante para se promover a liberdade religiosa e, por conseguinte, ampliar as oportunidades de se conhecer a Deus em vez de meramente refutá-Lo a priori, sem qualquer argumentação racional e honesta.

Tags:
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