Aleteia logoAleteia logoAleteia
Sexta-feira 29 Março |
Aleteia logo
Atualidade
separateurCreated with Sketch.

Violência anticatólica assola também o Haiti

HAITI

Georges Harry Rouzier / Anadolu Agency via AFP

Francisco Vêneto - publicado em 18/10/22

Como se não bastassem todos os dramas do país mais pobre das Américas, os católicos se tornaram alvo direto de perseguição

A violência anticatólica assola também o Haiti, como se não bastassem todos os dramas do país mais pobre das Américas.

Em entrevista à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), a irmã Marcela Catozza, da Fraternidade Franciscana Missionária, relatou episódios como o incêndio criminoso da catedral de Porto Príncipe, o ataque à sede da Cáritas Haiti e o assassinato de uma religiosa – apenas alguns exemplos num cenário que também inclui sequestros recorrentes de padres e freiras e a morte violenta de outros membros do clero.

“É uma luta horrível. E quem mais sofre é o povo. A cidade está nas mãos das gangues. As pessoas passam fome. As escolas estão fechadas. Não há trabalho. Os hospitais estão fechando”.

O panorama desolador que a irmã Marcela descreve já era grave antes e se agravou mais ainda desde que o presidente Jovenel Moïse foi assassinado em julho de 2021. Ainda não foram realizadas novas eleições, mesmo transcorrido mais de um ano. Nesse ínterim, a luta pelo poder entre facções disseminou a violência extrema pelas ruas, infernizando um país que há décadas é martirizado pela miséria e por calamidades naturais.

O mais pungente para a irmã Marcela, porém, é que o mundo vira a cara sistematicamente para o Haiti:

“O pior é que ninguém fala deles. Ninguém sabe o que está acontecendo. Não estão interessados ​​no que estamos sofrendo neste país”.

Violência anticatólica

A religiosa assassinada a quem a irmã Marcela se refere é a italiana irmã Luisa dell’Orto, morta em junho deste ano após duas décadas vivendo no país. A “explicação” fácil e “mais ou menos oficial” é que tenha se tratado de um assalto seguido de morte, mas, para a irmã Marcela, “alguém pagou para matá-la na rua”.

Duas semanas depois, a catedral da capital, Porto Príncipe, foi incendiada de propósito – e, pasmem, os criminosos ainda “tentaram matar os bombeiros que chegaram para apagar as chamas”. Insatisfeitos, tentaram destruir as paredes da igreja com um caminhão.

A violência anticatólica no Haiti não é recente nem é restrita à capital. A irmã Marcela, que chegou a ficar um ano sem poder ir à Missa devido às gangues que diariamente fecham os acessos ao bairro onde ela vive, comenta a situação em outras áreas:

“Em Port-de-Paix ou Les Cayes, e em outras cidades do país, atacaram os edifícios da Cáritas e levaram tudo o que estava lá, toda a ajuda humanitária, além de destruírem os escritórios dos funcionários”.

Em agosto, a capela da Fraternidade Missionária Franciscana também foi incendiada – consumindo desde o altar até os bancos:

“O Santíssimo Sacramento está seguro porque, por precaução, quando eu saio, o guardo em outro lugar, e, graças a Deus, Ele estava lá”.

No mesmo mês, a irmã Marcela viajou para a Itália e agora está impedida de voltar ao Haiti:

“Me pediram para não voltar, que era melhor esperar um pouco. A irmã Luisa foi assassinada e eles não querem outra irmã mártir nesse país. Por favor, rezem pelo Haiti. Vamos pedir a nosso Senhor que proteja todos os haitianos e dê paz a esse povo”.

Tags:
freirasIgrejaPerseguiçãoPobrezaViolência
Apoiar a Aleteia

Se você está lendo este artigo, é exatamente graças a sua generosidade e a de muitas outras pessoas como você, que tornam possível o projeto de evangelização da Aleteia. Aqui estão alguns números:

  • 20 milhões de usuários no mundo leem a Aleteia.org todos os meses.
  • Aleteia é publicada diariamente em sete idiomas: inglês, francês,  italiano, espanhol, português, polonês e esloveno
  • Todo mês, nossos leitores acessam mais de 50 milhões de páginas na Aleteia.
  • 4 milhões de pessoas seguem a Aleteia nas redes sociais.
  • A cada mês, nós publicamos 2.450 artigos e cerca de 40 vídeos.
  • Todo esse trabalho é realizado por 60 pessoas que trabalham em tempo integral, além de aproximadamente 400 outros colaboradores (articulistas, jornalistas, tradutores, fotógrafos…).

Como você pode imaginar, por trás desses números há um grande esforço. Precisamos do seu apoio para que possamos continuar oferecendo este serviço de evangelização a todos, independentemente de onde eles moram ou do quanto possam pagar.

Apoie Aleteia a partir de apenas $ 1 - leva apenas um minuto. Obrigado!

PT300x250.gif
Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia