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O primeiro passo para saborear o gosto da oração

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Gianna Bonello | Unplash | CC0

Marzena Devoud - publicado em 09/01/23

Gloriosa, porém às vezes difícil, é a oração pessoal! Quem nunca sentiu frustração ao tentar rezar bem? Aqui está uma dica para dar o primeiro passo

“Oração pessoal? Não sei como fazê-la bem”, admite Agnès, uma mãe de 37 anos de idade de dois jovens rapazes de Lille. Entretanto, ela participa regularmente de vigílias de oração. Como membro de um grupo paroquial que cuida de pessoas em situações precárias, ela está acostumada a organizar momentos de recolhimento ou a se juntar a outros em oração.

No entanto, ela está sempre muito mais à vontade cantando ou compartilhando uma leitura do Evangelho do que orando sozinha. “Acho difícil rezar sozinha, seja pela manhã quando me levanto, à noite antes de ir dormir, ou durante as vigílias quando há tempo para a oração individual. É difícil para mim, sinto que não sei como fazer isso. Todas as minhas tentativas parecem ser rígidas, enquanto eu sinto que a oração deve ser um tempo real passado com Deus”, diz ela à Aleteia.

Como a Agnes, há muitas pessoas que acham a oração pessoal difícil. Como você dá o primeiro passo? Como você finalmente saboreia o gosto da oração pessoal? Por onde começar? E, na verdade, qual é o lugar da oração: a alma, a mente ou o coração? Onde se realiza o encontro pessoal com Deus?

O coração, o lugar da oração

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “é o homem todo que ora. Mas para designar o lugar de onde brota a oração, as Escrituras falam às vezes da alma ou do espírito ou, com mais frequência, do coração (mais de mil vezes). É o coração que ora”. (2562)

Mas aqui devemos ser cuidadosos. Sim, é o coração que é o lugar da oração, mas “na linguagem da Bíblia, que é a linguagem de Jesus, o ‘coração’ não é o lugar do sentimento”. “É o centro da pessoa”, explica o irmão Carmelita Dominique Sterckx, autor de “L’oraison, petit guide pratique” (Edições Emmanuel). É “o nosso centro oculto, inapreensível, quer para a nossa razão quer para a dos outros: só o Espírito de Deus é que o pode sondar e conhecer”, diz o Catecismo. Este coração tem várias funções: é ao mesmo tempo o lugar da decisão, da verdade, do encontro e finalmente o lugar da Aliança:

“O lugar da decisão, no mais profundo das nossas tendências psíquicas. É a sede da verdade, onde escolhemos a vida ou a morte. É o lugar do encontro, já que, à imagem de Deus, vivemos em relação: é o lugar da aliança”. (CIC 2563)

Como descer ao coração?

Mas, em termos concretos, como podemos fazer a oração pessoal quando pensamentos errantes dominam nossa mente? Se é natural ser invadido pelos pensamentos, a oração não pode ser apenas uma atividade da mente, pois é, acima de tudo, um encontro. “Um verdadeiro encontro entre as pessoas não se faz com pensamentos piedosos, ou recitando o Pai Nosso sem se dirigir ao Pai”. Devemos ouvir a palavra de Jesus:

“Estas pessoas me honram com seus lábios, mas seus corações estão longe de mim” (Mc 7, 6)

A oração não é apenas uma questão de sentimento, mesmo que seja bom. “Podemos ter sentimentos fortes em relação a alguém (simpatia ou antipatia) sem entrar em um relacionamento com ele”, explica o irmão Dominique Sterckx. Na prática, é bom se perguntar: estou rezando no nível do meu pensamento ou no nível do meu coração?

Os antigos monges são claros: “Deixe a oração descer ao seu coração”

Os antigos monges são claros: “Deixe a oração descer ao seu coração”, insiste Dominique Sterckx. Se não for um movimento espontâneo, pode ser aprendido. Naturalmente, às vezes é preciso coragem para ir até o mais íntimo de si mesmo. Se este caminho é difícil, às vezes seco, então a oração ganha em profundidade e verdade. Não existe um método preciso para conseguir isto, porque um encontro não se enquadra na estrutura de um meio eficaz que sempre leva a um resultado. O que é importante é a forma como você se aproxima do outro: você está atento à outra pessoa, ou está focado em sua própria pessoa, em seus pensamentos, preso em preocupação consigo mesmo?

Basta dizer: “Senhor, Tu estás está aqui comigo”

É então essencial tomar cuidado para entrar em oração, o que não é feito em um instante. Às vezes leva três, cinco ou dez minutos para deixar o nível cerebral e descer ao nível do “coração”. Para isso, o primeiro passo é tomar consciência d’Aquele a quem nos dirigimos, e de sua presença. “Quer seja Cristo, o Pai, o Espírito Santo ou Deus sem precisão, Ele está presente, muito próximo, como Ele nos revela em sua Palavra”, explica o irmão carmelita. Descer para rezar no coração é entrar em contato através de um ato de fé e não tentando “sentir Sua presença”. Podemos dizer a ele de forma simples, mas atenta: “Senhor, Tu estás aqui aqui comigo”.

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