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A importante reflexão de uma professora sobre a geração “floco de neve”

Gen Z

William Perugini / Shutterstock

Cerith Gardiner - publicado em 11/01/23

"Minha experiência com jovens de hoje me enche de ansiedade, mas também de esperança"

Como professora de jovens adultos há mais de 20 anos, percebi uma mudança marcante no comportamento, preocupações e expectativas deles. Em alguns aspectos, isso me enche de ansiedade e, estranhamente, também me enche de esperança.

Como muitas pessoas comentaram nas mídias sociais e na imprensa, as gerações mais jovens, atualmente, são apelidadas de “flocos de neve” – um termo que denota fraqueza e incapacidade de lidar com as adversidades da vida.

Na verdade, este não é um termo de que eu goste. Acho que não ajuda ninguém. Há alguma verdade no fato de que os jovens adultos não parecem ter a mesma resiliência que as gerações mais velhas. Porém, inversamente, eles também parecem ter níveis impressionantes de empatia que, às vezes, faltam aos mais velhos.

Poderíamos argumentar que é bom não precisar de força para atravessar as dificuldades que nossas gerações mais velhas tiveram de suportar. Mas não fomos colocados nesta terra para ter uma vida “fácil”, mas, sim, “boa”. E, muitas vezes, quando nos deparamos com dificuldades, isso nos fortalece e nos dá uma oportunidade de crescimento e realização.

Minha grande preocupação é que os adolescentes de hoje não conseguem lidar com as dificuldades da vida – e nem acreditam que deveriam conseguir. Então, será que eles nunca sentirão a satisfação que o fato de enfrentar um desafio pode gerar? Vou dar um exemplo concreto.

Sophia

Há dois anos dou aulas a uma jovem que, agora, tem 19 anos. Toda semana ela tem uma reclamação a fazer: sua carga de trabalho, as expectativas de sua família, seu bem-estar geral. Ela não tem problemas em compartilhar os detalhes de sua saúde física e mental com a classe. Pelo contrário: sempre recorre a um de seus vários problemas para pedir prorrogação de seus trabalhos.

Agora, quando eu era jovem, poderia ter pedido prorrogação de um projeto. Mas não tomei como certo que receberia uma resposta positiva. Eu também não pedia um adiamento a cada semana.

O problema não é que Sophie está sendo uma aluna preguiçosa. É mais a sua crença arraigada de que ela merece prorrogação porque compartilha suas dificuldades.

E Sophia não está sozinha nesse tipo de comportamento. Nos últimos anos, isso se tornou uma ocorrência comum. Como professora, isso é cansativo. Às vezes, sinto que passo mais tempo lidando com desculpas do que ensinando.

A questão da saúde mental

Parece que demos aos nossos jovens a capacidade de jogar a cartada da saúde mental ou física como forma de evitar algo que não querem fazer. 

Não me interpretem mal. Uma boa saúde mental é essencial e acho maravilhoso que haja mais ajuda e apoio disponíveis para nós. Mas acredito firmemente que parte de ser mentalmente forte é ter as ferramentas para enfrentar os desafios da vida – e não confiar em desculpas.

Como sociedade, estamos realmente ajudando nossas gerações mais jovens ao eliminar essas ferramentas? Eu tento encorajar meus alunos a abraçar seus problemas e vencê-los. Não é fácil. Também tento ouvir suas preocupações, afinal a sociedade de hoje é muito diferente de quando eu estava ocupada com as entregas de tarefas. Mas há muito trabalho a ser feito.

Um primeiro passo que os pais podem adotar com crianças mais velhas é tentar incutir nelas a confiança – algo que acredito ser a base para construir uma mentalidade saudável. Ser forte em suas crenças e no senso de identidade as ajudará a serem adultos mais resilientes e decisivos.

Mais importante ainda: tento dar esperança aos meus alunos em relação a um futuro que pode parecer um pouco assustador. E espero que a fé que possuo como católica me permita ser convincente!

Tags:
CriançasEducaçãoJovens
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